As três produções, produzidas no âmbito do CAMPUS, por Manuel Mozos, Sandro Aguilar e Lois Patiño, envolvendo equipas de estudantes universitários, foram selecionadas para o prestigiado Festival de Locarno.
As curtas-metragens serão apresentadas na secção não competitiva "Fuori Concorso" do festival que decorre entre 5 e 15 de agosto na Suiça. Esta secção apresenta curtas-metragens de relevo de cineastas proeminentes. Trata-se de um prestigiado programa, com uma importância crescente, pois o Festival de Locarno não inclui uma competição de filmes de cineastas que já tenham realizado longas-metragens
“Noite Sem Distância”, de Lois Patiño, acntece na fronteira entre Portugal e a Galiza, desenvolvendo as histórias que habitam esses espaços, nomeadamente o papel do contrabando no desenvolvimento dos dois países. “Decidi representar uma cena de contrabando na Serra do Gerês em estradas que os contrabandistas realmente usaram. E as pessoas da região participariam enquanto atores (muitos deles foram, inclusivamente, contrabandistas na juventude)”, explica o galego Lois Patiño.
Para “Undisclosed Recipients”, Sandro Aguilar escolheu como ponto de partida a energia do festival de Paredes de Coura. “Interessou-me observar por uma vez os jovens, aqui num certo estado físico e mental, misto muito sugestivo de alheamento e alerta”, refere o realizador.
Já Manuel Mozos, inspirou-se numa carta que José Régio escreveu, em 1929, a Alberto Serpa onde manifestou a vontade de fundar uma produtora para começar a fazer cinema. Durante quase noventa anos, nada se soube sobre o desfecho deste pedido: nunca se encontrou qualquer resposta de Serpa à carta e Régio não terá voltado a mencionar o assunto. “A Glória de Fazer Cinema em Portugal” tenta desvendar o desfecho desta história.
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